A autoconfiança é um elemento primordial para o crescimento humano. Essa é a capacidade de acreditar em si. Veja mais.
Você já se perguntou sobre a importância da confiança em nossa vida? Mas, antes de nos perguntar isso, será que sabemos o que significa confiar? Aí está uma dessas palavras que usamos no nosso cotidiano, sabemos o significado, mas nem sempre sabemos a relação do que ela quer dizer com a nossa própria vida.
Segundo o famoso dicionário Michaelis, confiança significa: Credibilidade ou conceito positivo que se tem a respeito de alguém ou de algo. Ou seja, confiar é dar crédito a algo ou a alguém. O tempo todo estamos confiando em algo ou em alguma pessoa, e muitas vezes fazemos isso até mesmo sem plena consciência.
Aquilo em que acreditamos tem influência em nós
Pois bem, o fato que muitas vezes ignoramos é que aquilo ou aqueles em quem confiamos influenciam diretamente no modo como atuamos. Basta observar a uma criança que quando está começando a dar os primeiros passos, se arrisca a caminhar em direção à mãe quando ela lhe diz: “Vem, filha”.
Provavelmente essa criança não se moverá porque tem uma plena confiança nas suas capacidades motoras… ela ainda não tem nem ideia do que seja isso. Pelo contrário, ela se arriscará porque confia na voz de quem lhe está chamando, dá crédito a essa pessoa, confia em suas palavras.
Nesse caso, trata-se de uma relação básica de confiança de uma filha com sua mãe. No entanto, a todo momento estamos confiando ou desconfiando dos outros, daquilo que nos dizem, e de nós mesmos.
É inevitável, todos confiamos em algo ou em alguém. E a confiança é um elemento fundamental das nossas vidas, sem o qual seríamos incapazes de dar passos. Mas, ainda que seja algo tão primordial, não é tão fácil de compreendê-lo.
E há ainda outro empecilho: as experiências negativas com aqueles em quem confiamos podem marcar profundamente nossa história, fazendo com que nos tornemos pessoas extremamente desconfiadas.
Por isso a pergunta não é se devemos confiar, mas, sim, em quem devemos confiar, e quais as razões para que decidamos fazê-lo.
Se aquilo ou aqueles em quem confiamos interferem diretamente no que somos e fazemos, estamos então diante de algo que pode mudar para melhor ou para pior a nossa vida.
Confiança e desconfiança
Se confiamos em alguém e logo descobrimos que essa pessoa atua para o nosso mal, passamos a desconfiar dela, é lógico.
No entanto, como seres humanos, não somos indivíduos isolados, dependemos dos outros, e, por isso, será inevitável que confiemos em outras pessoas.
A desconfiança em uma ou em várias pessoas, não necessariamente deveria levar-nos a desconfiar de todos.
Realmente “ter um pé atrás” pode ajudar-nos a não ser enganados continuamente, mas, cotidianamente estamos confiando em alguém.
Do vendedor daquela loja de roupas à nossa companheira ou companheiro, as relações humanas são pautadas na confiança, ou na desconfiança.
Você confia em você?
Por outro lado, a confiança não diz respeito apenas à nossa relação com as demais pessoas. Não podemos crescer quando a confiança em nós mesmos é insuficiente. E é aqui que entramos no ponto central.
A autoconfiança é um elemento primordial para o crescimento humano. A autoconfiança é a capacidade de acreditar em si. Outros podem me trair, podem abusar da minha confiança neles depositada, mas há alguém que não deveria nunca me trair, e esse alguém sou eu mesmo.
Sei que tudo isso parece um pouco estranho, mas a questão aqui é que, lembrando o que já escrevi no começo do texto: aquilo ou aqueles em quem confiamos influenciam naquilo que somos e fazemos, por isso é tão importante a autoconfiança. Sem ela, viveremos e atuaremos desconfiando continuamente de nós mesmos e das nossas próprias capacidades.
Saber decidir
Muita gente, infelizmente, não consegue tomar decisões importantes na vida, porque acredita que tudo vai dar errado, porque já passou por experiências negativas e acreditam que isso sempre será assim.
É fato, nem tudo na vida sai como esperamos, e mais de uma vez teremos experiências negativas. No entanto, deixar-se condicionar por isso é sinal de que não acreditamos em nós mesmos.
A criança que confia na mãe e caminha em direção a ela pelo simples fato de que é a mãe que lhe está chamando, terá que aprender a confiar em si mesma, porque não terá durante toda a vida alguém para dizer o que ela deve fazer.
É por isso que a educação deveria estar ao serviço de formar pessoas autônomas, capazes de pensar por si mesmas, e que confiem em si. Obviamente que para isso não basta com que nos ensinem ciências exatas, humanas ou biologia.
Embora tudo isso seja importante para desvendar o mundo ao nosso redor, se não tivermos ferramentas que favoreçam o conhecimento do nosso mundo interno, podemos chegar a ser excelentes profissionais, mas com grandes dificuldades de relação com os outros e conosco mesmo.
Desenvolvendo a autoconfiança
Um dos indicadores de que precisamos fortalecer a autoconfiança é quando nos preocupamos excessivamente pela aprovação dos demais.
É importante estar atento, quando nos abalamos mais do que o normal diante de uma crítica. Poderíamos estar em uma condição em que a preocupação excessiva por aquilo que os outros pensam ocupa em nós um espaço superior à convicção que temos sobre nós mesmos e sobre as nossas capacidades.
É um risco viver em função das opiniões alheias. Mas atenção! Não se trata de ignorar tudo o que os outros nos dizem; mas sim de aprender a “filtrar” as críticas e discernir aquilo que nos ajuda a crescer, daquilo cujo único propósito é destruir-nos.
Como seria importante que, apesar de tudo que nos digam, fossemos capazes de atuar de maneira autônoma e madura.
Agora, diante de tudo isso, talvez nos perguntemos: como aumentar a autoconfiança? Comecemos por aterrissar e reconhecer que não temos uma receita mágica, mas, sim, podemos dar passos em direção a ser pessoas mais autoconfiantes.
Como aumentar a autoconfiança?
1. O autoconhecimento
Um meio importante é o autoconhecimento. Ele nos ajuda a saber aquilo que ocorre no nosso interior, o porquê atuamos de determinada forma, as causas das nossas reações, mas também possibilita saber quais são as nossas qualidades, e reconhecer quais são os nossos limites.
Aí está aquilo que às vezes nos custa tanto: reconhecer que não somos super-homens ou supermulheres. Embora seja importante saber o que queremos e ser conscientes do que podemos ou não alcançar, é fundamental reconhecer que, por mais que possamos ir longe e conseguir muito, somos pessoas limitadas, e reconhecer nossas próprias limitações deveria ser uma ferramenta usada a nosso favor.
Além disso, o autoconhecimento permite sabermos não somente quem e como somos, mas também quem e como não somos, e isso é importante para filtrar as críticas que possamos receber.
Agindo assim, poderemos distinguir com maior precisão as críticas que realmente ajudam no nosso desenvolvimento pessoal, daquelas que, na verdade, buscam apenas diminuir nossa autoestima.
2. Aprender a reconhecer e a falar dos próprios limites também é autoconfiança
Outro aspecto importante é que ao contrário do que podemos imaginar, a pessoa autoconfiante não é aquela que vê a si mesma como alguém incapaz de cometer erros.
Pelo contrário, ser autoconfiante significa ser capaz de falar das próprias falhas, mas não permitir que um erro condicione a própria vida, chegando ao extremo de desistir de tomar novas iniciativas.
Que prepotentes seríamos se achássemos que somos perfeitos e não falhamos, mas que tragédia ainda maior se por causa de um erro desistíssemos de tentar novamente. Não se trata de ser pessimistas, mas, sim, de aprendermos a ser otimistas sem nos desconectar da realidade.
Além disso, a autoconfiança é o que nos permite realizar os projetos que temos. Do que adianta planejar tanto, ter metas claras e os meios para atingi-las, se não temos confiança nas nossas próprias capacidades?
O segredo está no equilíbrio. Lembre-se, não somos supermulheres nem super-homens, mas temos, sim, capacidades e talentos. Isso, misturado com motivação e confiança, pode levar-nos a realizar aquilo que projetamos.
3. A linguagem corporal usada a nosso favor
Outro passo importante é aprender a exteriorizar nossa autoconfiança através da linguagem corporal, do tom de voz e de outras formas que temos para posicionar-nos diante dos outros. Falar em público, por exemplo, é uma importante prova para descobrir qual é o nosso grau de autoconfiança.
Muitas vezes, a dificuldade de expressar-nos em ambientes onde muitas pessoas nos estão olhando está relacionada a uma preocupação excessiva com a avaliação que de nós podem fazer. É uma questão de cuidado excessivo da própria imagem. Ou seja, nem sempre temos uma convicção profunda daquilo que fazemos.
Eis aí a questão: como aquilo que acreditamos exerce força sobre nós, ao preocupar-nos excessivamente por aquilo que podem pensar – e que nem sequer estamos seguros de que isso ocorrerá – perdemos o controle de nosso atuar, e passamos a ser gerenciados pelo temor. Deixamos de confiar em nós.
4. Celebrando as pequenas vitórias para crescer em autoconfiança
O último elemento que poderia ajudar-nos a crescer em autoconfiança é a celebração das pequenas vitórias. Com certeza todos os dias vencemos algum desafio, mas como geralmente acreditamos que a luta é contra os outros, não percebemos as vitórias obtidas sobre nós mesmos. Por isso, não deixe de celebrar as conquistas que atinge todas vezes que vence a “autodesconfiança”.